segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Deixa Eliezer entrar

"Deixa ela entrar" (Suécia - 2008) dirigido por Tomas Alfredson e "Eliezer Batista - O engenheiro do Brasil" (Brasil - 2009) com direção de Victor Lopes. Respectivamente o melhor filme de vampiro que já vi e o documentário mais surpreendente a que assisti nos últimos tempos. Dois filmes nada hollywoodianos.

O primeiro bate de frente com o fenômeno do momento, a saga de Crepúsculo, onde os vampiros podem tomar sol sem nenhum problema, ficando apenas "brilhosos" quando expostos à luz solar. A única semelhança entre os dois é o amor entre os personagens principais e ponto. "Deixa ela entrar" conta a história de Eli e Oskar. Ela uma vampira que tem 12 anos há muito tempo e ele um garoto da mesma idade que é perseguido pelos colegas de turma. O filme "engrena" depois do primeiro ataque de Eli que, para se alimentar de sangue, mata um morador da vizinhança depois que seu "ajudante" falha na tentativa de conseguir comida para ela. A partir daí, o roteiro mostra a relação entre a vampira e Oskar de uma forma delicada, mas sem esquecer do "terror". Os acontecimentos que levam ao desfecho em nenhum momento deixam o final previsível. O filme de vampiro mais humano que já vi, mas que em nenhum momento perde o lado sanguinolento que todo longa-metragem sobre o tema deveria ter. O mesmo não posso dizer de Hollywood... Lá, os vampiros se alimentam de pipoca ao invés de sangue.

A história de Eliezer Batista me surpreendeu. Não sabia que o homem, que já foi sogro da Luma, é um dos personagens mais importantes da história recente do Brasil. Entrei no cinema sabendo apenas que ele é pai do Eike e saí conhecendo quase tudo sobre "o cara" da mineração, e também de outras coisas, do Brasil. Depoimentos dos filhos, amigos, empresários e políticos constroem um belo filme, muito bem amarrado, que mostra não só o Eliezer homem de negócios, exilado pelo golpe de 64 e depois "resgatado" na década de 80 pelos mesmos que o haviam acusado de ser comunista, mas também o homem de família, casado com uma alemã chamada Jutta, e que se preocupava e ainda se preocupa com os outros, os trabalhadores que punham e ainda põem a mão na massa, ou melhor, nos minérios de ferro, alumínio e outros metais encontrados em Carajás, por exemplo. Um filme que deveria ser assistido por todos os que querem conhecer um pouco mais sobre o Brasil da metade do século XX para cá.

Antes da sessão encontrei o diretor, Victor Lopes, no hall do Arteplex, na praia de Botafogo. Quando já estava dentro da sala, Victor entrou, se apresentou e, para a minha surpresa, dedicou a sessão a mim, que fui seu aluno na FGV, o que me deixou muito honrado. Uma pena que não estivesse mais lá para ver que, ao final da sessão, "Eliezer Batista - O engenheiro do Brasil", ao contrário do que fez o bonequinho do Globo, foi aplaudido pelos espectadores!!!

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