quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Um bom ano

Começou estranho. Por opção passei a virada em casa. Festas caras e zero disposição para programas de índio ou lugares com muita gente. Dormi. Acordei e fui ao cinema no primeiro dia do ano. Meu programa predileto para fazer sozinho. Já não me lembro o que vi.
Faltava entregar o último episódio da série. Agora, no final, não consegui fechar o primeiro de outra. Que tudo seja mais simples no próximo que começa daqui a pouco.
Dois projetos selecionados numa chamada pública. Memórias de uma cidade sem cinema há quase 30 anos; fotógrafos e suas memórias das manifestações do ano passado.
Um concurso de vídeos inspiradores. Três minutos sobre como seria minha vida sem a paralisia cerebral que mudaram minha vida. Mais de 26 mil visualizações na internet. Foi para a TV com um corte. Não pode palavrão em rede nacional às 10h da manhã. Virei o amigo da apresentadora. Ganhei três irmãos, pai, mãe, avós, tios, primos... Dei mais valor à família oficial. Sem eles eu não existiria.
Meninas, mulheres. Reencontros, rupturas e surpresas. Uma professora me mostrou ser uma besteira meu maior medo. Não, a deficiência não é uma barreira para quem quer estar comigo. Aos poucos vou aprendendo a vencer meu maior adversário, eu mesmo.
Dei palestras. Algo inédito até então. Na primeira, estava supernervoso. Passou quando comecei a falar para aquelas carinhas atentas de nove anos de idade. Na última visita à escola ouvi: 'Oi, Daniel! Tira uma foto comigo?' Fiz a selfie e ri.
Voltei às paredes e muros. Veio um convite para um campeonato em São Paulo. Treinei para ele. Estava apreensivo. Subi. Cada agarra conquistada parecia gol do Flamengo. Fiquei feliz com o resultado. Ganhei medalha e até, o que ainda soa estranho para mim, fãs.
Termina bem. Projetos antigos prontos para virarem realidade. Novas ideias. O trabalho reconhecido. Mais passos de editor. Outros de diretor. Novos de roteirista. Pessoas interessantes. A certeza de que tenho que fazer dois filmes. E uma frase. Não basta estar; há que se fazer parte.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Quatro

Fiz 30 quatro meses atrás e esses quatro foram talvez os mais intensos dos 30
Ainda aos 29, um teaser chacoalhou tudo. De março a julho são quase 25 mil visualizações. 
Entre compartilhamentos e pedidos de amizade, alguns dos comentários mais importantes vieram de perto. Primos, tios, pai, mãe, irmã e amigos me emocionaram e ajudaram a espalhar Como seria? Nessa onda, ganhei três novos irmãos e uma segunda família no Rio. No último sábado, passei o dia com eles. Em agosto, finalmente, todos vão se conhecer.
Onda grande que me levou, com cortes, até o Encontro. O amigo da Fátima não podia xingar os que o chamaram de coitadinho às 10 da manhã!
Dia feliz esse em que, depois de aparecer na TV, um antigo projeto começou a ganhar vida. A série deve nascer em 2015.
Codirigi um, editei outro e fiz roteiro e montagem de um terceiro curta documentário. Até o final do ano a produtora deve finalizar mais três.
Luz Guia, o primeiro assinado pela SeuFilme, vai ser exibido no Rio de Janeiro, em agosto, depois de passar por Berna e pela Cidade do México.
Fui campeão brasileiro de escalada e percebi que, pelo menos por hora, o tempo de competir passou. Hoje à noite tem treino pra começar bem a semana!
Descobri que não há ninguém melhor do que eu na arte de se interessar por meninas enroladas com ex-namorados. Chorei na primeira. Na última, achei graça.
Como seria? ainda me fez ser reconhecido na rua. Me preparava pra descer do ônibus quando uma moça disse:
- Te vi na TV!
- É mesmo?! No Encontro da Fátima? - perguntei.
- Isso! Achei o máximo!
- Que bom que gostou!
- Quando entrei no ônibus e te vi, pensei "nossa! Ele é meu vizinho! Que legal!"
Nos despedimos. Eu ri!!  
Dei adeus também à ideia do teaser. Com música nova feita especialmente para ele, o agora curta está inscrito em diversos festivais. Vida longa ao filme! E um pouco mais de tempo para preparar o longa
É... que venham outros quatro como os que passaram!