domingo, 28 de março de 2010

Como explicar o inexplicável?!

Olá pessoal!

Volto a escrever hoje, dia 28, meu aniversário, depois de um longo período de inatividade blogueira. Mas antes de ir ao tema principal, tenho que contar um pouco de minha vida escolar para vocês.

A história começa quando eu estava sendo alfabetizado, em 1990. Devido a minha paralisia cerebral, minha coordenação motora fina, ainda hoje, não é boa, que dirá 20 anos atrás. Em função disso, aprendi a ler e escrever utilizando uma máquina de escrever! Sempre tive a melhor caligrafia da turma e fazia a alegria da galera nas provas, quando a folha ia subindo... Foi assim até o terceiro ano do ensino médio. Na PUC, a máquina passou a ser usada apenas nas provas. Por causa das constantes mudanças de sala, copiava a matéria em um PDA com teclado. Salve a tecnologia!

Ao longo desses anos treinei a escrita manual com o único objetivo de ter uma assinatura. Afinal de contas era muito chato ter de sujar o dedo todas as vezes que precisava "assinar" algum documento, etc. Hoje, depois de muito suor (é, escrever faz minha mão transpirar mais que a escalada), tenho uma assinatura que combina as iniciais do meu nome.

Mas quem pensou que meus problemas estavam acabados, se enganou! E agora começo a explicar o título do post. Na última sexta-feira, saí do trabalho e fui direto pra rodoviária. Precisava chegar em Barra Mansa a tempo de ir ao cartório fazer um reconhecimento de firma para poder vender meu carro. Cheguei a tempo e fomos ver o que era preciso para reconhecer a firma. Um dos atendentes disse que era só assinar duas vezes num papel que tava tudo resolvido. Pedi para assinar sentado em uma cadeira para ter mais estabilidade. Me sentei, o cara me mostrou onde eu tinha que escrever e, rapidamente, fiz as duas assinaturas e devolvi o papel para que ele pudesse terminar de preencher o que faltava (nome completo, CPF, endereço, etc). Para minha surpresa, ele disse que não podia porque só eu poderia escrever naquele bendito papel! Contei a ele tudo o que vocês acabaram de ler. Que escrever manualmente é difícil, me cansa, a letra fica horrível, etc. Não o convenci e ele ainda veio com aquele papo "como ele não escreve?", "como é possível alguém assinar e não escrever?". Nisso, meus pais já estavam, assim como eu, indignados com a ignorância daquelas pessoas. Chegaram a perguntar quem era o responsável por mim, que completaria 26 anos dois dias depois, hoje! Depois de muito custo, o pessoal do cartório resolveu ligar pro tabelião, teoricamente, uma pessoa mais esclarecida. Teoricamente. Na prática ele manteve o discurso! Só eu poderia escrever!

Para não perder a viagem, puto da vida, peguei a porra do papel e escrevi! Demorei, a mão doeu, suou e a letra, como já era esperado, ficou uma merda! E eles... aceitaram!

Agora, pergunto a vocês: Como explicar o inexplicável?!

PS: Não foi a primeira e, provavelmente, não será a última! Uma coisa é certa, dessa vez não passará em branco!